A escassez de chuva registrada nas últimas três safras não deve se repetir neste ciclo. Mesmo com volumes irregulares, o cenário é positivo para o desenvolvimento das lavouras. As principais culturas da safra de verão, o milho e a soja, apresentam produtividade satisfatória aos produtores rurais.
A nova estação, que inicia hoje às 18h48min, tem ainda a influência do fenômeno La Niña, responsável pela redução do volume de chuva. Ainda assim, modelos meteorológicos indicam mudanças nas condições e um período de neutralidade a partir de fevereiro. Outra característica projetada é a menor incidência de ondas de calor durante o mês de janeiro.
Outra projeção dos institutos de meteorologia é o retorno do fenômeno El Niño. Nestas condições, há a probabilidade do aumento no volume de chuva entre o fim do outono e início do inverno. De acordo com a MetSul Meteorologia, a probabilidade é de 70%.
Embora o excesso de chuva nesse período possa comprometer culturas como o trigo, a chuva em maior volume é considerada importante para repor os níveis hídricos. De acordo com o gerente adjunto da Emater/RS-Ascar de Lajeado, Carlos Lagemann, ainda é cedo para projetar impactos, mas pelo menos a safra de verão apresenta melhor desempenho.
“Houve uma perda estimada em mais de R$ 500 milhões durante a estiagem do verão passado no Vale. Agora, as lavouras estão com bom desenvolvimento e tudo vai depender dos próximos volumes de chuva”, aponta Lagemann.
O retorno da chuva em maiores volumes no próximo ano também deve contribuir para a reserva de água nas propriedades. Projeto do Estado em parceria com municípios e Emater viabiliza a abertura de 289 açudes na região.
Evento técnico
Em atenção à produção de grãos no Vale, a Arla promove hoje a partir das 8h30min, evento técnico sobre a cultura do milho. A programação ocorre em lavoura da cooperativa ao lado da unidade de silos em Cruzeiro do Sul.
De acordo com o responsável pelo departamento técnico, Alencar Bortoloni, a área experimental comprova a melhor qualidade dos grãos nesta safra. “Temos uma expectativa de colher até 180 sacas por hectare. No ano passado ficou abaixo das 100.”
O evento que aproxima técnicos e agricultores também visa orientar ao correto manejo do solo e fertilizantes. Conforme o engenheiro agrônomo, Francis Zanini, as condições do tempo tem influência direta no resultado da safra, mas também depende das ações do produtor na lavoura.